A cada dia vou descobrindo como nosso ambiente natural é maravilhoso. Já não consigo passar indiferente nem pelo matinho na beira do caminho.
No meu quintal tenho muitas ervas medicinais, árvores frutíferas e as chamadas “ervas daninhas” são as mais curiosas, porque são chamadas de daninhas se muitas vezes possuem excelentes propriedades medicinais?
Tirei de um site que conectei.
Plantas Medicinais Aromáticas e Condimentos
3. Formas de Preparo e Uso dos Fitoterápicos
As formas de preparo para uso das plantas varia conforme a nessecidade de extração dos seus princípios ativos e as condições específicas, quanto as vias de aplicação no ser humano.
CHÁS :
-.Infusão – Preparação utilizada para todas as partes de plantas medicinais ricas em componentes voláteis, aromas delicados e princípios ativos que se degradam pela ação combinada de água e do calor. Normalmente, trata-se de partes das plantas tais como flores botões e folhas. As infusões são obtidas fervendo-se a água necessária, que é derramada sobre a erva já separada, colocada noutro recipiente. Após a mistura, o recipiente permanece tampado por um tempo variável entre 5 e 10 minutos. Deve-se coar o infuso, logo após o término do repouso. Também o infuso deve ser ingerido no mesmo dia da preparação.
-Tisana – erva sobre água fervente;
-Decocção – Preparação normalmente utilizada para ervas não aromáticas (que contém princípios estáveis ao calor) e para os vegetais onde o princípio ativo se encontre nas sementes, raízes,cascas e outras partes de maior resistência à ação da água quente. Numa decocção, coloca-se a parte da planta na quantidade prescrita de água fervente. Cobre-se e deixa-se ferver em fogo baixo por 10 a 20 minutos. A seguir deve-se coar e espremer a erva com um pedaço de pano de ou coador. O decocto deve ser utilizado no mesmo dia de seu preparo.
– Maceração – Preparação (realizada a frio) que consiste em colocar a parte da planta medicinal dentro de um recipiente contendo álcool, óleo, água ou outro líquido. Folhas, flores e outras partes tenras ficam macerando por 18 a 24 horas. Plantas onde há possibilidade de fermentações não devem ser preparadas desta forma.O recipiente permanece em lugar fresco, protegido da luz solar direta, podendo ser agitado periodicamente. Findo o tempo previsto, filtra-se o líquido e pode-se acrescentar uma quantidade de diluente (água por exemplo), se achar necessário para obter um volume final desejado.
A variação água ou álcool ocorre em função da planta, parte usada e finalidade de aplicação; pode ser usado outro tipo de veiculo parra maceração (óleo, pôr exemplo).
– Suco ou Sumo – Obtém-se o suco espremendo-se o fruto e o sumo ao triturar uma planta medicinal fresca num pilão ou em liquidificadores e centrífugas. O pilão é mais usado para as partes pouco suculentas. Quando a planta possuir pequena quantidade de líquido, deve-se acrescentar um pouco de água e triturar novamente após uma hora de repouso, recolher então o líquido liberado. Como as anteriores, esta preparação também deve ser feita no momento do uso.
– Tintura – Maneira mais simples de conservar por longo período os princípios ativos de muitas plantas medicinais. Deixam-se macerar em solução hidro-alcoolica, por um período variável entre 10 e 15 dias em local protegido da luz solar, a seguir espremer e filtrar o composto obtido. Conserve sempre ao abrigo da luz em frasco tampado. Usa-se na forma de gotas dissolvidas em água para uso interno, ou em pomadas, unguentos e fricções em uso externo. Os príncipios ativos presentes nas tinturas alcançam rapidamente a circulação sanguínea.
As variações que poderão ocorrer serão as seguintes:
1.Plantas frescas – álcool 50o. GL + 30% erva;
2. Plantas secas – álcool 50o. GL + 15% erva;
3.Plantas resinosas ( duras) – álcool 70o.GL ( 7 partes de alcool + 3 de água);
4. Plantas delicadas (flores ) – álcool 40o. GL(4 partes de alcool + 6 de água).
– Pós – A planta é seca o suficiente para permitir sua trituração com as mãos ou podem ser moídas em moinhos esterilizados , peneirar e guardar em vidros fechados em locais frescos e abrigados da luz. As cascas e raízes devem ser moídas até se transformarem em pó. Internamente pode ser misturado ao leite ou mel e externamente, é espalhado diretamente sobre o local ferido ou misturado em óleo, vaselina ou água antes de aplicar.
– Unguento e Pomadas – A pomada pode ser preparada com diversos ingredientes. As pomadas permanecem mais tempo sobre a pele, devem ficar usadas a frio e renovadas 2 a 3 vezes ao dia.
– A partir do pó da planta seca, colocá-lo em um recipiente de vidro umedecendo-o levemente com álcool puro.
Fazer a mistura composta de uma parte do pó das plantas e 9 partes de vaselina. Levar ao fogo, em banho – maria, até o ponto de fusão da vaselina ( quando a vaselina começa a perder a forma sólida), mantendo nessa temperatura pôr 30 minutos . Filtrar a mistura em pano fino, deixar esfriar e colocar no pote.
– A partir de tintura de plantas, deve-se usar outra base que não seja a vaselina, pois esta não absorve líquidos.
– uma base pode ser composta de lanolina e vaselina usadas em partes iguais. Incorpora-se primeiro a tintura na lanolina e depois acrescenta-se a vaselina, sempre feito a frio. A tintura para esta base deve ser incorporada na proporção de 25% ; quando for usada mais de uma tintura dividir esta proporção em partes adequadas à finalidade.
– Pomada ou creme feitos com base de lanolina, usa-se a seguinte proporção:
– Lanolina 45%; óleo vegetal 5%; água 35%; tintura 15%..
-Pomada ou creme feitos com base de cera de abelhas:
– cera de abelhas 10%; água 40% ; tintura 20%; óleo vegetal 30% ;
– Pomada ou creme feitos com base de cera de abelhas e lanolina:
-cera de abelhas 5%; lanolina50% ; água 35% tintura 15%.
– Incorporar sempre: primeiro os líquidos + lanolina e depois a cera de abelhas (em banho-maria com temperatura máxima de 70o.C) e depois os outros componentes.
ÓLEOS: São feitos na impossibilidade de fazer pomadas ou compressas. As ervas secas ou frescas são colocadas em um frasco transparente com óleo de oliva, girassol ou milho, depois manter o frasco fechado diretamente sob o sol por 2 a 3 semanas. Filtrar ao final e separar uma possível camada de água que se formar. Conservar em vidros que o protejam da luz.
Formas de Uso
BANHO: Faz-se uma infusão ou decocção mais concentrada que deve ser coada e misturada na água do banho. Outra maneira indicada é colocar as ervas em um saco de pano firme e deixar boiando na água do banho. Os banhos podem ser parciais ou de corpo inteiro, e são normalmente indicados 1 vez por dia, no máximo por 15 ou 20 minutos.
CATAPLASMA: São obtidas por diversas formas:
a) amassar as ervas frescas e bem limpas, aplicar diretamente sobre a parte afetada ou envolvidas em um pano fino ou gase;
b) as ervas secas podem ser reduzidas a pó, misturadas em água, chás ou outras preparações e aplicadas envoltas em pano fino sobre as partes afetadas;
c) pode-se ainda utilizar farinha de mandioca ou fubá de milho e água, geralmente quente, com a planta fresca ou seca triturada.
COMPRESSA: É uma preparação de uso local (tópico) que atua pela penetração dos princípios ativos através da pele. Utilizam-se panos, ou gase embebidos em um infuso concentrado, decocto, sumo ou tintura da planta dissolvida em água. A compressa pode ser quente ou fria.
GARGAREJO: Usado para combater afecções da garganta, amigdalites e mau hálito. Faz-se uma infusão concentrada e gargareja quantas vezes for necessário. Ex.: Sálvia (máu hálito), tanchagem, malva e romã (amigdalites e afecções na boca).
INALAÇÃO: Esta preparação utiliza a combinação do vapor de água quente com aroma das substâncias voláteis das plantas aromáticas, é normalmente recomendada para problemas do aparelho respiratório. Colocar a erva a ser usada numa vasilha com água fervente, na proporção de uma colher de sopa da erva fresca ou seca em 1/2 litro d’água, aspirar lentamente (contar até 3 durante a inspiração e até 3 quando expelir o ar), prosseguir assim ritmicamente por 15 minutos. O recipiente pode ser mantido no fogo para haver contínua produção de vapor. Usa-se um funil de cartolina (ou outro papel duro); ou ainda uma toalha sobre os ombros, a cabeça e a vasilha, para facilitar a inalação do vapor. No caso de crianças deve-se ter muito cuidado, pois há riscos de queimaduras, pela água quente e pelo vapor, por isso é recomendado o uso de equipamentos elétricos especiais para este fim.
Para facilitar as preparações abaixo estão as unidades domésticas de volume e respectivos pesos:
UNIDADES DE VOLUME |
PESO – g |
1 colher de chá de raízes secas |
04 |
1 colher de chá de folhas frescas |
02 |
1 colher de chá de raízes ou cascas secas |
20 |
1 colher de sopa de folhas secas |
02 |
1 colher de sopa de folhas frescas |
05 |
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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